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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Turismo precisa de autonomia e profissionalismo


José Queiroz
Os candidatos a prefeito de Salvador continuam usando os mesmos discursos carregados de falso sentimentalismo, promessas em vão, invencionices e desconhecimento ou más intenções com as vocações e recursos naturais da cidade e entorno. Ambos estão há anos no governo federal, dizem amar Salvador mais que tudo, porém não moveram uma palha para evitar sua exploração, saque e decadência. Principalmente do Centro, Pelourinho, praias e, conseqüentemente, do turismo. Os dois pretendem manter a atividade na informalidade, à mercê da ganância da Secretaria de Turismo do Estado e da iniciativa privada.
Nenhuma atividade econômica reflete tanto a cara da administração pública como o turismo! Centros turísticos recebem pessoas de todos os níveis e setores da sociedade humana, de diferentes lugares do mundo. Pessoas informadas e críticas que pagam para conhecer e se divertir, não para sofrer.  Os próprios candidatos circulam pelo mundo e sabem o que é cidade administrada “com amor”, responsabilidade e competência, independente do turismo, que eles também conhecem como a atividade que mais cresce no mundo, absolve pessoas e rende muito dinheiro. Aí está o problema! Os gestores do turismo no Brasil querem a renda só para eles, e Salvador não é diferente. Por isto a desorganização geral.
A Embratur foi fundada por agentes de viagem do Rio de Janeiro na década de 60, o Ministério do Turismo foi presente de Lula para Sarney, a FGV – Fundação Getúlio Vargas – elabora política para o turismo sem ter um núcleo especializado e, junto com a USP, ignora absurdamente os turismólogos. O turismo receptivo do Brasil não tem representação – a ABAV não o representa, vende os atrativos, mas não cuida deles, usa o dinheiro destinado para isto em suas ações de venda – e Salvador não tem secretaria de turismo, com profissionais atentos a todas as necessidades do setor.
Os dois candidatos continuam falando como se todos os eleitores fossem alienados, necessitados, manipuláveis. Desdenham a mudança de atitude da sociedade! Frases ridículas como estas “nós vamos vestir uma roupa nova em Salvador” ou “é hora de defender Salvador”, refletem a manipulação dos partidos políticos e seus financiadores, e a falta de determinação de proteger os interesses regionais, como tem acontecido nos últimos anos. O turismo pode gerar muito emprego, sim, renda e crescimento cultural para as pessoas, e muito dinheiro para o município, se for gerido com autonomia, planejamento e profissionalismo. Mas os discursos populistas e medidas esdrúxulas não indicam isto!
Turismo é um assunto que interessa a toda Salvador, afinal, é sua História e imagem, principalmente, que são manipuladas nessa atividade, e que já foram seriamente prejudicadas pela administração comercial gananciosa, egoísta e irresponsável. O lixo físico e cultural dos últimos anos repercutiu mundialmente e afastou grandes operadoras, turistas individuais e o admirador da cidade, da sua cultura e seus personagens, inclusive do carnaval. Salvador vive dos desavisados, cada vez mais raros! O motivo? O abandono do Pelourinho, que nenhum candidato aborda com objetividade, conhecimento e respeito pela História, pela economia do município, e pelo povo, que o quer para trabalhar, formação artística e cultural, e lazer.
A manipulação do Pelourinho é muito grave! A sociedade precisa acionar a Defensoria Pública da União, o Ministério Público Federal – o MPE foi acionado e se omitiu – pois envolve muito dinheiro que enriquece gestores públicos e empresários aproveitadores que não sustentam o negócio, levando milhares de pessoas ao prejuízo, desemprego, privações, doenças, e até delinqüência. Jaques Wagner suspendeu a reforma em 2007, indenizou com dinheiro público, pagou novo estudo orçado em R$ 600 milhões, e já tomou muito mais do que isso em nome do Patrimônio da Humanidade, em bancos brasileiros e estrangeiros. Além disso, é preciso cobrar a prestação de contas de aluguéis de imóveis administrados pelo Estado, de IPTU, e dos impostos gerados ali. Afinal, onde não há gatos, ratos fazem festa!
Baianos e turistas não suportam mais a indigência física e social gerada pelos mesmos partidos candidatos ontem e hoje! A exemplo de Praga, Salvador precisa lançar o Tour da Corrupção, um passeio pelos lugares onde ela é planejada e nos lugares prejudicados por ela. Governadoria, Assembléia Legislativa, Secretaria de Turismo, Bahiatursa, Saltur, ABAV, Prefeitura, Câmara de Vereadores, todas as secretarias estaduais e municipais, IPAC, IPHAN, bancos, sedes de sindicatos e, principalmente, sedes de partidos políticos. O tour terminaria mostrando o Centro de Salvador, de dia e de noite, a cara da mentira, da perversidade, da roubalheira, e da desumanidade dos gestores públicos. Quem sabe assim eles respeitam o turismo e seu poder de informação, o povo e a cidade que eles insistem em enganar?
Por Bahia Notícias

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